quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Momento sai da frente


Eu sempre falo que você só entende o contexto de um deficiente quando vive ou convive com um. Falo “vive” porque em algum momento da vida, a pessoa pode sofrer um acidente e ficar temporariamente em uma cadeira de rodas e depois que voltou à sua vida normal, ela sempre sempre se lembrará de respeitar, entender…
Todos os dias, eu pego o ônibus que faz a linha do Shopping, porque considero um caminho melhor para o trabalho. Há outra linha que faz quase o mesmo caminho, porém duas ruas paralelas de distância e trabalho na rua do meio. Então, qualquer ônibus que eu pegar, chego facilmente ao meu destino, mas hoje peguei a outra linha, mas enquanto embarcava, fiquei tranquila, porque seria uma forma de conhecer o caminho quando explico para alguém como chegar no trabalho.
Faço sempre o mesmo: aviso o motorista que desejo embarcar naquele ônibus, me localizo de ré rente à porta do meio, onde está o elevador e espero pelo motorista me embarcar. Olho para trás e dou uma verificada se a vaga está desocupada e é quando as pessoas que ali estão percebem que vou me posicionar ali e assim saem do caminho.
Essas duas linhas são super lotadas, pois linhas de acesso a laboratórios, hospitais, empresas em geral, escolas, o shopping, condomínios de luxo (quem usa os ônibus são as diaristas e demais prestadores de serviços) … e quando o ônibus encosta, as pessoas vão se atropelando, a fim de conseguir um assento no ônibus e quando não acham, vão se posicionando de maneira que não sejam incomodadas pelas pessoas que embarcarão durante o percurso.
Mas voltando a mim, o ônibus estava lotado. Dei sinal para o motorista, me localizei de ré na porta, esperando o embarque.
As pessoas que estavam em pé na vaga saíram e deixaram um espaço para eu passar. Mas ao dar ré, percebi que passei em cima dos dedos do pé de uma senhora que não tinha se apercebido do perigo de estar na frente de uma cadeirante motorizada doida… rsrs
Já passei em cima de muitos pés, tanto de pessoas próximas a mim quanto desconhecidas, mas achei que o problema estava comigo, em ser má motorista, de não ter atenção; mas na maioria das vezes, a falta de atenção é da pessoa e não minha.
E hoje uma senhora estava no meu caminho, calçando sandálias de dedo e passei em cima dos seus dedinhos e ouvi um gemido, acompanhado do som sugando os dentes… parei, olhei pro lado e pra cima e vi o rosto de dor da senhora que me dizia para estar em paz quanto ao incidente, mas isso me deixa triste por causar dor em alguém sem o querer… nem querendo rsrs

Um comentário:

Mudando de vida

Muitas coisas aconteceram de agosto pra cá. Como não tive qualquer retorno às solicitações de mudança de atividade e/ou local de trabalho, o...