terça-feira, 5 de novembro de 2019

Mudando de vida

Muitas coisas aconteceram de agosto pra cá. Como não tive qualquer retorno às solicitações de mudança de atividade e/ou local de trabalho, optei mesmo por me afastar e tentar a oportunidade em São Paulo. Conversei com meu esposo, o qual me apoiou 100% e com meu pedido de afastamento, ele também fez o seu pedido de demissão. A tensão pelo desconhecido, pelo que poderia nos esperar na capital era notória, mas tentamos ao menos nos manter tranquilos para encorajarmos um ao outro nesta que seria uma senhora mudança.

Comecei a procurar incansavelmente por apartamento, considerando que casa térrea seria complicado pelo fato de o paulistano se utilizar de sobrados para poder aproveitar o terreno adquirido. Pensando cá comigo, acho que em São Paulo é vendido ¼ de terreno pelo valor de um e é tudo muito caro.

Depois de miuto insistir e quase desistir, minha mãe entrou em contato com alguns conhecidos em São Paulo, a fim de ver algum lugar bom pra eu morar. Conseguimos o contato de um corretor da igreja, que nos mostrou o link de um apartamento para alugar no mesmo condomínio em que morava. Entretanto, este estava em reforma e eu teria que aguardar um tempo para poder me mudar pra ele. A tensão aumentou, porque as pessoas que conheço que moravam em São Paulo se apertavam nos apartamentos ou casas nada adaptadas, fora a mudança de rotina deles.

Então me lembrei da igreja do Brooklin, da qual fui membro por mais de um ano e gostava tanto e procurei o contato do pastor local a fim de conseguir uma sala na igreja, porque me lembrei que ali tinha um banheiro com chuveiro, e faríamos de tudo pra não dar trabalho. Bem, o pastor demorou pra me responder e eu já estava aflita. No dia seguinte, resolvi cobrar sua posição sobre meu pedido. Ele então me mandou um áudio extenso e me disse que esperava uma resposta e então começou a dizer que na empresa havia um diretor que era um dos anciões na igreja e que estava tentando algum benefício da empresa para funcionários. Entretanto, como eu não era funcionária oficial ainda, não está na política da empresa tal procedimento, a menos que eu fosse transferida pela empresa, aí seria outra a conversa. Assim, o pastor me deu o contato deste primeiro ancião, que seria meu colega na empresa.

Em contato com o ancião e a esposa, eles foram muito gentis e não me deixaram viajar na noite anterior ao meu início e nos fez viajar durante o dia e nos pagaram pra ficar em um hotel perto da empresa, a fim de eu poder descansar e ir no meu primeiro dia de trabalho descansada e bem. Com isso, viemos na terça de manhã, chegamos à tarde em São Paulo e fomos para o hotel. Foi uma noite muito boa. Tem um shopping próximo, onde jantamos e no dia seguinte, tomamos o desjejum no hotel e na minha hora, fui pra empresa.

Sem como descrever o quão bem recebida eu fui. Fiquei encantada com tudo e estava tão emocionada com tudo... Por outro lado, meu amor ficou com a responsabilidade de levar nossas coisas para a igreja, onde ficaríamos hospedados e chegando lá, estavam os colchões que usaríamos para dormir.

Na primeira noite, todavia, meu amor não conseguiu encher o colchão e decidiu dormir em cima dele murcho e foi uma noite horrível pra mim, pois ver ele dormindo no chão, considerando ter uma cama confortável no interior e ele largou tudo para estar comigo aqui e ter de dormir no chão. Bem, chorei praticamente a noite toda. Pela manhã, foi o banho. Um banheiro muito pequeno, onde a porta abria a metade e parava no vaso sanitário.De frente com o vaso, fica a pia; passando o vaso, tem um box de uns 50cm de largura a porta e a largura dentro do box, 1,0m x 0,5m. Lá dentro, meu amor colocou uma cadeira de banho emprestada pela igreja, para a qual comprei um assento, pois estava sem; para chegar nesta cadeira, meu amor me pegou no colo, com muito sacrifício, passou meu corpo sobre a pia e vai aqui e ali e então conseguiu me colocar em cima da cadeira. Pra saír, além da exposição do meu corpo após o banho, foi todo o sacrifício de volta para a minha cadeira motorizada.

Fiquei desesperada! Queria voltar pro interior, porque não daria pra suportar isso todos os dias. Embora eu não esteja gorda como já o fui, não sou tão leve assim e volta e meia, meu amor sente dores nas costas e ao passar por aquilo, me apavorei.

Outra coisa que ocorreu foi que deixei no interior minhas roupas de frio e aqui estava muito frio e não estava preparada. Além de não gostar do clima gelado, não tinha como ficar assim.

Cheguei na empresa e caí em prantos. Minhas colegas tentaram me consolar, me acalmar e se ofereceram pra me trazer roupas quentes para eu usar no trabalho, me deram dinheiro. Minha chefe conversou comigo e depois de uns dias, chegou a me sugerir voltar pro interior e trabalhar home office até o apartamento ficar pronto, porque não teria como me colocar em um hotel, pois vai contra a política da empresa. Por conta, ela até poderia pagar pra mim e depois eu ia pagando ela aos poucos, mas ela não queria um serviço de assistência.

Bem, no decorrer deste dia choroso, eu pedi à irma, que me emprestou os colchões, que me trouxesse um balde e uma jarra, pois eu tive a ideia de usar o banheiro masculino, onde eu usava pras necessidades, me arrumar e fiz meu amor tirar a cadeira de lá do banheiro pequeno e toda vez, enchia o balde com água quente do chuveiro e me levava e eu tomava “banho de canequiha”. E no primeiro dia foi um sucesso e assim fizemos todos os dias em que ficamos na igreja. Aos sábados pela manhã, além da rotina, meu amor precisava reunir as coisas e levar para uma salinha, pois onde nós dormíamos, eles usavam aos sábados pela manhã.

Enquanto escrevo, tenho pensado em meu amor mandando currículos, fazendo entrevistas, as quais não têm resultado em nada, o que, desde que chegamos aqui, tem passado pela mente dele, se na minha ausência ele tem chorado de preocupação por deixar tudo agora sob minha responsabilidade e não poder ajudar financeiramente... e quando chego em casa, mesmo se estou triste, preocupada, ele me acalma, faz uma massagem pra eu relaxar, me faz sentir amada, especial. Agrade;o sempre a Deus por me dá-lo de presente e a ele, por escolher ficar ao meu lado, ser tão parceiro...

Também consigo elevar meus pensamentos em oração agora, pedindo a Deus para que abençoe tanto meu amor, conceda a ele um emprego muito bem remunerado, onde ele se sinta motivado a crescer e fazer mais do que tem feito até aqui como profissional.

Continuando, depois que comecei a trabalhar, fiquei dependente do meu amor para ver as coisas pra mim, como conhecer o apartamento que eu tinha reservado e estava reformando e tinha ficado pronto. O coretor começou a me pressionar de uma forma ríspida, que fiquei apavorada, mas com a visita do meu marido, acabamos desanimando de alugar aquele apartamento, por causa da localidade, a distância pra eu embarcar e desembarcar no ônibus, o percurso de ida e vinda pro trabalho/casa, a distância até a igreja mais próxima...

Assim, começamos a procurar outra coisa e vi um próximo ao Terminal Capelinha, local já familiar pra mim. Havia dois apartamentos naquele condomínio para serem alugados, mas quando meu amor foi até lá pra conhecer, tinham fechado com um mais próximo da entrada e o outro, a gente precisaria dar 3 meses de aluguel e condomínio, o que não conseguiríamos pagar e se pagássemos, passaríamos necessidades, fora que o apartamento tinha degraus, pequenos, mas que seriam um problema e pra chegar no prédio era um trajeto não muito propício. Saímos dali tão tristes e fomos andando, conversando, tentando pensar positivo, e com a consciência de voltar a pesquisar um lugar até que passamos na frente de outro condomínio, mais à frente. Estávamos chateados, preocupados,  e digamos que precisávamos de um milagre. Ao ver este segundo condomínio, pedi ao meu amor pra perguntar ao porteiro se ele sabia de algum apartamento vago pra locação. Então ele disse que do outro lado da avenida, bem de frente com o condomínio, ficava a imobiliária responsável pela maioria dos apartamentos dali. Meu amor foi lá enquanto eu voltei pro meu serviço.

Conversando com o corretor, havia um vago sim, mas a proprietária aceitava apenas seguro fiança. Ele me pediu os documentos para passar para a seguradora e foram encaminhado a duas seguradoras e ambas negaram o risco de me segurar. O corretor então disse que não seria possível alugar o apartamento.

Assim, agradeci, chateada, mas comentei da possibilidade de eles conversarem com a proprietária e ver com ela sobre o caução, já que não foi possível o seguro e que como a proprietária assinou um contrato, determinando como seria o aluguel, não poderia entrar em contato com ela e mudar o esquema. Eu agradeci, porém disse do meu cansaço de morar de favor na igreja, por dormir no chão, não ter privacidade, e tantas coisas. Ah, me desabafei, porque estava cansada disso.

Resumindo, no dia seguinte, ele disse que ela tinha aceitado o caução. Acho que deve ter ponderado a prováel dificuldade em alugar, caso as seguradoras não aceitassem outros futuros inquilinos. E no dia seguinte, fomos informados de que poderíamos alugar o apartamento. No início da semana seguinte, já reuni os documentos, os enviei ao corretor e depois fomos assinar o contrato. Saindo de lá, tivemos de ir até o cartório mais próximo, a fim de abrir firma e reconhecer a assinatura do contrato. Não foi um percurso muito curto e fácil e sofremos um bocado para chegar ao cartório; graças ao bom Deus que meu amor estava comigo, porque eu passei muito medo. E embora um momento bem estressante pra mim e meu amor, deu tudo certo. Meu amor voltou à imobiliária para levar o contrato e eu precisei voltar para o serviço.

Continua...

quinta-feira, 1 de agosto de 2019

EXPECTATIVA X REALIDADE – Uma história com pelo menos um final feliz (ou começo)


Uma das coisas que mais me deixam perplexa é a psicologia usada nas entrevistas de emprego. Não só os psicólogos, mas até gestores tratam o candidato como se seriam contratados no término da entrevista. Mas no fim desta dizem que darão o retorno até o fim daquela semana e você espera, passam os dias e não dão retorno. Passam mais dias e você decide cobrar uma posição, morrendo de medo de ser rejeitado(a); mas decidem ter dar o feedback da entrevista e nem pelo nome te chamam, mas por “Prezado(a) Candidato(a)”. Por aí já vem o estranhamento e no corpo do e-mail é dada a temível notícia de que, embora muito bem avaliado, outra pessoa foi selecionada para a vaga concorrida.
Claro, alguém tem de ocupar a vaga e se outra pessoa, e não você, a ocupou, é porque ela apresentou algo que para aquele momento seria mais interessante para as funções da vaga em questão.
Eu, particularmente, atualmente como funcionária pública, estou profissionalmente estável e, fazendo a minha parte como servidora, até me aposentar estou segura de que não perderei meu emprego. Entretanto, há perigo em tal estabilidade, uma vez que, se você ocupa um cargo generalizado e sem uso da profissão em que você se especializou, há o risco de perder tudo o que fez. E isso começou a me incomodar. Não exerço NADA daquilo que estudei e gostaria muito de poder atuar em um dos leques da minha formação, Tradutor e Intérprete.
Falando desses leques, bem, na faculdade, aprendo mais profundamente sobre a Língua Portuguesa, Inglesa, Literaturas Portuguesa e Inglesa, e muitos outros tópicos. É claro que eu não tive formação em Secretariado, mas o fato de ter experiência com função administrativa, domínio do português e, se necessário, do inglês.
Estou tentando algo no setor privado, uma vez que o Estatuto do Servidor Municipal me garante o afastamento do cargo por dois anos sem remuneração e, caso antes do término do período eu decida voltar, solicitando o retorno, em 30 estou trabalhando novamente na Prefeitura. Maluquice? Talvez. Mas acredito que quem considera maluquice seja quem tem medo de se arriscar. O funcionalismo público promove a estabilidade e assim a pessoa fica um tanto estacionada, sem se preocupar se no dia de amanhã estará desempregado. Contudo, não sente o desejo de crescer, se especializar e o que ganha está “bom”; entre aspas porque poderia melhorar, mas já que estou sem vontade fazer um curso ou tentar uma posição de chefia, tá bom assim mesmo.
Eu não queria assim. Quis mostrar minhas habilidades em meu local de trabalho atual, mas por algum motivo, não valeram muito. Não entendo como funciona a mente das pessoas e o que é levado em conta. Confesso que me chateei com uma chefe que tive em outro setor, a qual chegou a me dizer que estavam esperando para me transferirem de setor (eu não pedi tal transferência), porque aguardavam uma posição de atendente, pois se adequaria melhor à minha condição. Até onde eu sei, as funções atribuídas ao meu cargo não são impossíveis de serem feitas, uma vez que é setor administrativo.
Voltando a falar daquela entrevista que me disseram NÃO, bem, chorei um pouco, mas agradeci a Deus a oportunidade, pois não tinha sido eu a buscar a empresa e me candidatar à vaga oferecida, mas eles me encontraram e procuraram entrar em contato. Me senti lisonjeada com o fato de não verem a limitação física, mas o que eu poderia oferecer como profissional. Entretanto, mesmo optando por outra candidata, eu estava feliz porque seria só uma questão de tempo pra que outra empresa visse meu currículo.
Minhas férias terminaram e voltei à minha rotina. Não estava triste, como já comentei. Trabalhei segunda, terça… quando foi à tarde, especificamente 16h, me ligaram; era a empresa. Disseram que houve uma mudança e decidiram por me escolher para a vaga e perguntaram se eu ainda me interessava em trabalhar com eles. Falaram da remuneração e benefícios, bem como da ciência dos 30 dias de que preciso para solicitar o afastamento do atual emprego.
Falei com meu amor, que me acalmou dizendo que me apoiaria no que eu decidisse. E assim aceitei ocupar a vaga. Preenchi todos os itens solicitados, pedi o afastamento de dois anos e agora aguardo a concretização da contratação.
Medo? Ansiedade? Tristeza? Alegria? Euforia? Calma? Tudo isso permeia meu coração e espero poder compartilhar as cenas dos próximos capítulos.
De uma coisa eu tenho certeza: Deus está comigo!

sexta-feira, 10 de maio de 2019

Acúmulo de problemas

Quando a profissão exercida envolve o lidar com pessoas, as quais não são do convívio interno (clientes, pacientes, munícipes), enfim, pessoas que vão ali por um pouco de tempo, você encontra pessoas de todos os tipos, na maioria carentes de atenção, carinho, mesmo que ouvindo o que elas tem a dizer. Para tal, você precisa estar bem, ter o que oferecer aos outros.

Problemas afetam a todos e todos, mais cedo ou mais tarde, precisam resolver os problemas. 

No meu caso, muitos dos problemas que me vieram, envolveram pessoas e, mesmo tentando resolver e muitas vezes conseguindo, ficava no coração a lembrança do que a pessoa fez… aí com o passar do tempo surgem outros problemas, alguns relacionados a este que envolveu pessoas, então fica aquela feridinha “incomodante” dolorida e no outro dia surge um problema que te abala, outro dia, outro, vai acumulando e num momento, sem mais, nem menos, você desaba.

Assim aconteceu comigo. Coisas lá de trás foram sendo armazenadas no meu coração e uma pilha de problemas caíram sobre mim logo depois e caí em prantos em um lugar onde eu não deveria, acabei sendo levada para um lugar mais privativo, onde fui questionada sobre a razão do meu choro e achei que, vendo na pessoa alguém madura, que inspirava confiança, falei parte deste acúmulo de problemas e esta acabou compartilhando com um parente, que não tem tanta discrição assim e já foi me criticando pra outrem e espalhando meu problema. Fiquei sabendo disso hoje e isso me deixou decepcionada mais uma vez.

Vi que estão faltando coisas a serem feitas em minha vida. Mudanças nos meus hábitos alimentares, como a inclusão de frutas e vegetais, voltar a tomar minhas vitaminas, quem sabe procurar ajuda psicológica… 

É que há momentos em que o peso fica impossível de carregarmos sozinhos e na busca por não desistir de lutar pelos objetivos, de viver. Na carência por se abrir, desabafar, o duro é confiar em pessoas que em muitas vezes, não merecem a sua confiança e talvez não queiram realmente ajudar você, mas acumulam informações, pontos fracos, para em algum momento, prejudicarem você da forma mais triste e você nem tem como reagir, porque se abriu pra quem não devia.

Confiar em todos é algo que ainda tenho feito e me arrependido amargamente, aprendendo que preciso, posso confiar em quem me ama de fato, quem deseja o meu bem, ainda que só o marido, ou mãe, ou aquele amigo íntimo.

Bem, já falei bastante por hoje. Que Deus nos ajude a não desistir de confiar, mas que Ele nos ajude a identificá-las. Na melhor das hipóteses, um psicólogo seja a melhor alternativa, uma vez que além de preparado pra te ouvir, ele tem o código de ética, de confidencialidade. Você paga para contar seus segredos, mas na certeza de que não vai sair dali contando pra todo mundo.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Deus está cuidando ainda


Agora tem sido mais frequente a minha participação no blog. Não faço ideia se o mesmo é acompanhado por alguém, mas não tenho me preocupado tanto com isso no momento. Se o for, queira o Senhor que seja benéfico e, de alguma forma, motivador para alguém que encontre o meu blog. Afinal, temos o privilégio de ajudar os outros também e é bom poder ter algo para eu usar não só para passar meu tempo, como para desabafar, refletir, compartilhar experiências e lições aprendidas ao longo da minha jornada.
Tenho andado um tanto apreensiva quanto a algumas questões da minha vida. Meu casamento tem sido uma bênção, meu esposo é um presente de Deus na minha vida e só tenho a agradecer por tamanho amor e cuidado por mim.
Minhas questões são mais externas e tem me afetado muito emocionalmente, como quando desabei na última quinta com o acúmulo delas. Tenho providenciado a solução com o que está em minhas mãos para fazer e o que não está, Deus tem cuidado e sei que vai cuidar de tudo.
Essa noite aconteceu algo em que pude ver a mão de Deus cuidando. Acordei por volta de 2h da manhã com a impressão de não haver trancado a casa e não conseguia dormir e decidi ir pra cadeira mas meu marido estava na cama numa posição que me deixou sem espaço para eu passar pra cadeira e então decidi acordá-lo e pedir para verificar as portas. Ele perguntou a hora, eu respondi informando, e ele foi lá e de fato estavam destrancadas. Agradeci tanto a Deus pela proteção, pelo cuidado, porque o esquecimento foi por que passamos a tarde no quarto e, mesmo após o banho, voltamos para o quarto e adormeci mais cedo. A probabilidade de esquecer era certa. Mas o anjo me acordou para que pudesse trancar a casa, talvez pela possibilidade de alguém entrar, vai saber!?
Ao chegar no terminal, me dirigi para o ponto de ônibus para o trabalho e fui abordada por um rapaz que me disse para não guardar mágoa no meu coração, que não sofresse por estar na cadeira. Repiquei que já estou na cadeira há tempo suficiente para estar bem e conformada com a vida. Então ele corrigiu e disse para não guardar rancor das pessoas. Ainda estou com suas palavras na mente, porque ainda estou chateada com algumas pessoas e sei que preciso tomar providência em relação a isso, mas hoje estou diferente, melhor, com esperança de dias melhores.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Quando a carga fica pesada demais...

Quando a profissão exercida envolve o lidar com pessoas, as quais não são do convívio interno (clientes, pacientes, munícipes), enfim, pessoas que vão ali por um pouco de tempo, você encontra pessoas de todos os tipos, na maioria carentes de atenção, carinho, mesmo que ouvindo o que elas tem a dizer. Para tal, você precisa estar bem, ter o que oferecer aos outros.


Problemas afetam a todos e todos, mais cedo ou mais tarde, precisam resolver os problemas.


No meu caso, muitos dos problemas que me vieram, envolveram pessoas e, mesmo tentando resolver e muitas vezes conseguindo, ficava no coração a lembrança do que a pessoa fez… aí com o passar do tempo surgem outros problemas, alguns relacionados a este que envolveu pessoas, então fica aquela feridinha “incomodante” dolorida e no outro dia surge um problema que te abala, outro dia, outro, vai acumulando e num momento, sem mais, nem menos, você desaba.


Assim aconteceu comigo. Coisas lá de trás foram sendo armazenadas no meu coração e uma pilha de problemas caíram sobre mim logo depois e caí em prantos em um lugar onde eu não deveria, acabei sendo levada para um lugar mais privativo, onde fui questionada sobre a razão do meu choro e achei que, vendo na pessoa alguém madura, que inspirava confiança, falei parte deste acúmulo de problemas e esta acabou compartilhando com um parente, que não tem tanta discrição assim e já foi me criticando pra outrem e espalhando meu problema. Fiquei sabendo disso hoje e isso me deixou decepcionada mais uma vez.


Vi que estão faltando coisas a serem feitas em minha vida. Mudanças nos meus hábitos alimentares, como a inclusão de frutas e vegetais, voltar a tomar minhas vitaminas, quem sabe procurar ajuda psicológica…


É que há momentos em que o peso fica impossível de carregarmos sozinhos e na busca por não desistir de lutar pelos objetivos, de viver. Na carência por se abrir, desabafar, o duro é confiar em pessoas que em muitas vezes, não merecem a sua confiança e talvez não queiram realmente ajudar você, mas acumulam informações, pontos fracos, para em algum momento, prejudicarem você da forma mais triste e você nem tem como reagir, porque se abriu pra quem não devia.


Confiar em todos é algo que ainda tenho feito e me arrependido amargamente, aprendendo que preciso, posso confiar em quem me ama de fato, quem deseja o meu bem, ainda que só o marido, ou mãe, ou aquele amigo íntimo.


Bem, já falei bastante por hoje. Que Deus nos ajude a não desistir de confiar, mas que Ele nos ajude a identificá-las. Na melhor das hipóteses, um psicólogo seja a melhor alternativa, uma vez que além de preparado pra te ouvir, ele tem o código de ética, de confidencialidade. Você paga para contar seus segredos, mas na certeza de que não vai sair dali contando pra todo mundo.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Momento sai da frente


Eu sempre falo que você só entende o contexto de um deficiente quando vive ou convive com um. Falo “vive” porque em algum momento da vida, a pessoa pode sofrer um acidente e ficar temporariamente em uma cadeira de rodas e depois que voltou à sua vida normal, ela sempre sempre se lembrará de respeitar, entender…
Todos os dias, eu pego o ônibus que faz a linha do Shopping, porque considero um caminho melhor para o trabalho. Há outra linha que faz quase o mesmo caminho, porém duas ruas paralelas de distância e trabalho na rua do meio. Então, qualquer ônibus que eu pegar, chego facilmente ao meu destino, mas hoje peguei a outra linha, mas enquanto embarcava, fiquei tranquila, porque seria uma forma de conhecer o caminho quando explico para alguém como chegar no trabalho.
Faço sempre o mesmo: aviso o motorista que desejo embarcar naquele ônibus, me localizo de ré rente à porta do meio, onde está o elevador e espero pelo motorista me embarcar. Olho para trás e dou uma verificada se a vaga está desocupada e é quando as pessoas que ali estão percebem que vou me posicionar ali e assim saem do caminho.
Essas duas linhas são super lotadas, pois linhas de acesso a laboratórios, hospitais, empresas em geral, escolas, o shopping, condomínios de luxo (quem usa os ônibus são as diaristas e demais prestadores de serviços) … e quando o ônibus encosta, as pessoas vão se atropelando, a fim de conseguir um assento no ônibus e quando não acham, vão se posicionando de maneira que não sejam incomodadas pelas pessoas que embarcarão durante o percurso.
Mas voltando a mim, o ônibus estava lotado. Dei sinal para o motorista, me localizei de ré na porta, esperando o embarque.
As pessoas que estavam em pé na vaga saíram e deixaram um espaço para eu passar. Mas ao dar ré, percebi que passei em cima dos dedos do pé de uma senhora que não tinha se apercebido do perigo de estar na frente de uma cadeirante motorizada doida… rsrs
Já passei em cima de muitos pés, tanto de pessoas próximas a mim quanto desconhecidas, mas achei que o problema estava comigo, em ser má motorista, de não ter atenção; mas na maioria das vezes, a falta de atenção é da pessoa e não minha.
E hoje uma senhora estava no meu caminho, calçando sandálias de dedo e passei em cima dos seus dedinhos e ouvi um gemido, acompanhado do som sugando os dentes… parei, olhei pro lado e pra cima e vi o rosto de dor da senhora que me dizia para estar em paz quanto ao incidente, mas isso me deixa triste por causar dor em alguém sem o querer… nem querendo rsrs

quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Mudanças, adaptações, sumiços

Já troquei pelo menos 8x o tema do blog, buscando algo com o qual eu mais me identificasse e achei esse legalzinho (fundo com desenhos de estrelas - deixa eu descrever antes que mude de novo). O bom é quando podemos mudar. Há momentos em que se precisa de dinheiro e não há como fazer as mudanças necessárias. Outras, há circunstâncias que impedem; outras, falta de coragem de se levantar e cuidar de mudar.
Passei por uma mudança há quase dois meses: me casei! Agora tenho uma casa e um marido pra cuidar. É claro que não consigo fazer de tudo em casa, mas busco dar meu melhor naquilo que consigo.
Adaptar-me a esta vida tenho conseguido a cada dia e Deus tem me dado cada vez mais amor, do qual extraio paciência, dedicação, criatividade, sabedoria... Dividir um espaço com alguém diferente de você requer amor, entrega, renúncia; ainda não precisei ir ao extremo desses três, mas sei que são fundamentais, além da disposição.
Contudo, tamanha dedicação à nova vida me fez focar tanto que esqueço de dar sinal de vida aos familiares, amigos, os quais me cobram ou simplesmente ficam preocupados, como se eu quisesse esconder algo ruim que poderia estar ocorrendo comigo. Mas não estou.
Não entendo o porquê me desligo tanto assim e acabo sumindo e sem qualquer maldade.
Sempre procuro dizer às pessoas que sou desligada e peço que entendam e que me mandem mensagem e vou responder e atualizá-las da situação corrente. No mais, graças a Deus tem estado o mais perfeito possível, como o Senhor me permite estar.
Estou muito grata pelo rumo que minha vida tomou, pelas bênçãos de Deus, por tudo.

Mudando de vida

Muitas coisas aconteceram de agosto pra cá. Como não tive qualquer retorno às solicitações de mudança de atividade e/ou local de trabalho, o...