sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

O banquinho na vaga do cadeirante...

Uma coisa no ônibus, seja circular ou suburbano, que me incomoda é a vaga do cadeirante. Mesmo reservada para pessoas que utilizam cadeira de rodas, há um banquinho destinado aos deficientes visuais com cão guia. Aqui onde moro vi apenas um deficiente visual que usa o cão guia, mas ele nunca utilizou aquela vaga.
As pessoas sem deficiência veem ali uma oportunidade para se sentarem, principalmente quando não querem que alguém se sente ao seu lado ou o ônibus já não tem bancos vagos.
O problema ocorre quando a pessoa sem deficiência se senta ali e um cadeirante vai embarcar.
Já ouvi pessoas dizerem: fica sentada aí que a cadeirante fica de lado. De lado? Bem, a menos que eu esteja acompanhada do meu marido ou alguém muito próximo, eu NECESSITO ficar de frente e passar o cinto transversal, pois freadas, curvas acentuadas, fazem com que eu precise estar com a cadeira presa o máximo que eu puder e eu, mesmo que utilize o cinto da cadeira, também preciso estar presa.
Mas TODAS as vezes que vou embarcar (estou sendo dramática – quase todas), tem uma pessoa sentada no banquinho e esta observa eu embarcar, talvez torcendo para eu me encaixar ali ao seu lado e juntos irmos aos nossos destinos. E a “chata” aqui pede licença. Alguns chegam a levantar meio devagar, porque podem ter me visto junto de meu marido, mas antes que ela pergunte, já vou explicando que quando estou com meu marido, ele se senta ao meu lado porque eu sei que se o motorista frear e eu for pra cima dele, não ficaremos constrangidos ou nervosos.
Mas elas nem questionam, na verdade.
Às vezes revolta um pouco porque eu penso que deveríamos ser com as pessoas como gostaríamos que elas fossem com a gente e há muitas que brigam quando alguém com direito pede a preferencial de um atendimento, ou o assento reservado para pessoas que necessitam; elas se esquecem de que um dia poderão precisar do preferencial e não poderão reclamar se forem tratadas como quando precisaram de sua gentileza e não o foram.
Hoje mesmo vivi uma situação que meu marido até me lembrou que não foi a primeira vez e a mesma pessoa. No nosso bairro tem uma moça que, ao embarcar, ela se assenta no dito banquinho. Como não subi no primeiro ponto do bairro, vou no último, que não fica longe de casa, além de ser um alívio não perder o ônibus. A motorista abriu a porta central do ônibus e fui para me posicionar para embarcar e vi a moça ali sentada. A motorista chegou, foi mexendo no elevador, me ajudou a subir e nada de a moça levantar; ao sair do elevador, ela se levantou, mas ficou bem pertinho do banco, esperando eu decidir como ficaria posicionada. Meu marido me ajudou a prender a cadeira de lado e se sentou no banquinho, como fazemos todos os dias e a moça agarrada no ferro a 30 cm do banquinho, até que olhou pra trás com a cara fechada e depois de um tempo saiu dali de perto.
Há momentos em que sinto pela situação, mas já estamos prontos para informar à pessoa do risco que ela corre se insistir em permanecer no banquinho e eu me posicionar de lado porque ela não me deu licença. Se não se importar de eu ser jogada pra cima dela, apoiar nela em cada freada… é que eu não gosto; esse é o problema.
Mas cada dia um leão pra matar, cada dia um problema pra resolver, obstáculos para superar e confiando no poder de Deus para conseguir cada vitória.

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