Bem, eu pensei em gravar na webcam esta postagem, pois achei que seria menos maçante, mas dá um trabalhão gravar. Pretendo fazer uma gravação ainda, mas acho que deixarei pra depois, quem sabe para o fechamento da novela.
Terminei o último capitulo falando da minha ida ao aeroporto de Navegantes. Mas como pobre é difícil ter a sorte de andar no transporte de rico, comigo não foi diferente. Voltei pro hospital em Brusque. A razão foi que a inteligente da moça da Gol, após duas horas de conversa ao telefone com a assessora da Dra. Célia Leão, que explicou a minha situação e tudo ficou combinado para a minha remoção, não fez conforme o combinado e depois alegou que eu não poderia viajar, pois o espaço entre as poltronas (do executivo) é menor do que o de um ônibus convencional. Mas a passagem comprada era de 1ª classe. Não sei o que ela imaginou, mas beleza. Eu voltei conformadíssima, pois prometi que confiaria em Deus.
Contudo, entretanto, todavia, não voltei para o quarto em que eu estava, para o meu total desespero, pois agora eu estaria sozinha. Tinham duas senhoras no quarto 10, agora que ficava bem de frente para a festa da Azambuja, a santa da cidade. Muita gente, música, missa, comida, enfim, a festança. E eu internada, o que pra mim foi uma tortura.
Mas o meu desespero mesmo começou às 19h, com a troca de plantão das enfermeiras. Meu, eram as tias chatas, que deram calmante pra eu apagar no último plantão, mas não conseguiram, não. Eu já estava com uma ferida aberta no bumbum, o que me incomodava muito ficar na mesma posição e agora seria terrível sem meus “guinchos”. Elas foram me visitar no quarto e chorei muito, pois eu estava me sentindo muito sozinha. Meu mp4 não ligava, eu só tinha a lição, a Bíblia e um livro em inglês pra ler. O Jairo conseguiu algumas folhas e caneta, pra eu escrever um pouco. Eu queria transformar aquele drama todo em uma poesia, pra musicar depois. Nem tive ideia de começar a escrever para o blog, ainda que eu tivesse pensado e comentado com a Tita na ambulância do Corpo de Bombeiros, quando fui socorrida (Tita, essa é mais uma para o Blog…); é, aqui estamos.
No quarto novo, tive mais duas colegas de leito, as Marias. A que estava do outro lado do quarto tinha diabetes e estava com problemas e a outra ao meu lado, que descobrir se adventista e com ela pude estudar a lição, ou tentar traduzi-la. Esta sofria dores fortes no ciático, por ficar muito tempo costurando. Pude conversar muito com ela, mas eu estava aflita pra sair dali, pois queria o colo de mamãe.
Bem, na terça de manhã, 17 de agosto, chegou a ambulância pra me buscar, a qual foi conseguida pela Deputada, liberada pelo Estado de SP, com dois motoristas e uma enfermeira. Depois descobri que os dois eram adventistas, dois gatinhos e palhaços. Eles me disseram que o Governador ligou na empresa, que presta serviços de transporte de pacientes para o Estado, em que eles trabalham, para passar algumas instruções. Me despedi do Jairo e da Tita e começamos a viagem. No principio, tudo estava bem. Mas depois, começaram os buracos, os pulos e meus gritos. Foram 10h de pura emoção. Curvas acentuadíssimas na estrada de Registro, quando subimos uma serra enorme. Paramos algumas vezes para descansar, mas comer mesmo, só quando chegamos.
Ao chegar à casa da minha mãe, eram 19h30 e eles ainda sairiam para o RJ buscar outro paciente. Os meninos me colocaram na prancha e me trouxeram para a cama da minha mãe e pra isso, eu gritei muito, pois as pernas doíam demais. Naquela noite, A P A G U E I. Essa foi uma das pouquíssimas noites em que dormi o tempo todo. Também, justifica-se o cansaço. Bem, agora começaria uma nova adaptação com a minha mãe. Ela conseguiu uma comadre em Engenheiro Coelho e eu teria de me conformar a ficar um bom tempo fazendo as necessidades na cama (na comadre... você entendeu :P).